Assassínio de Susana Gravato: o cuidado que o filho de 14 anos terá tido depois do crime e que levou a polícia a desconfiar

No “Dois às 10”, o consultor forense Albino Gomes analisou o caso que abalou Vagos e todo o país, onde a vereadora Susana Gravato foi morta a tiro. O especialista destacou detalhes da cena do crime que levantaram suspeitas desde o início

Crime em Vagos. "Como é que o menino fez tal coisa?" – Observador

No “Dois às 10”, o consultor forense Albino Gomes analisou os primeiros indícios do crime que está a chocar o país — o homicídio da vereadora de Vagos, Susana Gravato, alegadamente morta pelo filho de 14 anos.

O especialista começou por destacar um dos pormenores mais marcantes da cena do crime, a colocação de uma manta a tapar o corpo: “A manta coloca a intimidade de alguém que não quer ver a cara. O cuidado de tapar deixa logo pontas soltas.”

Segundo Albino Gomes, o modo como o local foi encontrado levantou de imediato suspeitas sobre o autor do crime: “A equipa que chegou ao local percebeu logo que a pancada era um tiro e que a forma como a casa tinha sido desarrumada era uma desarrumação alinhada. Colocou-se logo a hipótese de o crime ter vindo de dentro, e, neste caso, percebeu-se que podia ser o jovem.”

De acordo com a agência Lusa, a Polícia Judiciária identificou um menor de 14 anos por suspeitas de ter matado a mãe. Segundo comunicado da PJ enviado à agência Lusa, sobre o menor recaem “fortes indícios da prática de um crime de homicídio qualificado, que vitimou a sua mãe”, ocorrido na tarde de terça-feira, na Gafanha da Vagueira, onde a vereadora morava.

“A vítima foi atingida por um disparo de arma de fogo, quando se encontrava no interior da sua casa”, disse a PJ.

De acordo com o comunicado, nas diligências realizadas, “foi possível identificar e recolher vários indícios de prova e recuperar a arma de fogo utilizada, que pertence ao pai do menor”. O filho da vereadora será agora presente a primeiro interrogatório judicial na Comarca de Aveiro, acrescentou.

Marido ainda tentou reanimar Susana Gravato
A vereadora do executivo cessante da Câmara Municipal de Vagos, no distrito de Aveiro, morreu na terça-feira, aos 49 anos de idade.

Ainda na terça-feira, o presidente da Câmara cessante, João Paulo Sousa, afirmou que o município estava “em choque” e consternado, não conhecendo, na altura, as circunstâncias da morte da vereadora.

O marido da vítima e os Bombeiros de Vagos ainda procederam a manobras de reanimação, mas à chegada da viatura médica à casa da vítima foi declarado o óbito, disse, na terça-feira, o comandante daquela corporação.

A Câmara de Vagos decretou três dias de luto municipal em memória e reconhecimento público da vereadora.

“Profunda consternação” em Vagos
Numa nota de pesar publicada nas redes sociais, a Câmara de Vagos, no distrito de Aveiro, manifestou a sua “profunda consternação” pela morte de Susana Gravato, vereadora do executivo cessante.

Susana Gravato “destacou-se pela dedicação ao serviço público, pela proximidade às pessoas e pelo compromisso com o desenvolvimento” do concelho, afirmou a Câmara Municipal, na nota consultada pela agência Lusa.

“A sua partida deixa-nos mais pobres e entristece toda a comunidade vaguense”, disse.

Susana Gravato, natural de Ílhavo, vivia na Gafanha da Vagueira, concelho de Vagos, desde os seis anos de idade. Licenciada em Direiro, Susana Gravato exerceu advocacia, era militante do PSD desde 1994 e exercia as funções de vereadora no executivo cessante, com os pelouros de ambiente, justiça, administração geral, coesão social e saúde, entre outros.