O concelho de Vagos viveu, este sábado, um dos dias mais tristes da sua história. As cerimónias fúnebres de Susana Maria Ferreira Gravato, vereadora da Câmara Municipal de Vagos e advogada reconhecida na região, reuniram familiares, amigos, colegas e centenas de populares que quiseram prestar-lhe a última homenagem.

A despedida decorreu na Igreja Matriz da Gafanha da Boa-Hora, onde se respirava comoção e incredulidade. Desde as primeiras horas da manhã, o templo encheu-se de flores, silêncio e lágrimas, refletindo o profundo impacto que a morte da autarca causou em toda a comunidade.
“Foi uma mulher de força, justa, dedicada à sua terra e à sua família. Uma pessoa de coração enorme, que partiu demasiado cedo”, lamentou um colega da Câmara Municipal de Vagos.
Durante a cerimónia, foram lidas mensagens de despedida emocionadas de colegas, amigos e representantes locais. O presidente da Câmara sublinhou o legado de Susana Gravato, descrevendo-a como “um exemplo de serviço público, integridade e humanidade”.

As bandeiras nos Paços do Concelho, nos Bombeiros Voluntários e em várias instituições públicas foram colocadas a meia-haste, num gesto de respeito e luto coletivo.
Ao contrário dos rumores que circularam nas redes sociais nos últimos dias, o filho mais novo de Susana Gravato não esteve presente. O jovem de 14 anos, atualmente internado no Centro Educativo de Santo António, no Porto, cumpre um regime fechado de três meses, que poderá ser prolongado.
No local, da família direta, estiveram os pais da autarca, o marido, a irmã e o filho mais velho, visivelmente abalados.
“Esta dor é impossível de descrever. A Susana era luz, era energia… não merecia um fim assim”, disse uma amiga de infância, entre lágrimas.

Susana Gravato nasceu em Ílhavo, a 8 de março de 1976, mas vivia em Vagos desde os seis anos, onde construiu uma vida marcada pela dedicação à justiça e à política local. Licenciada em Direito, foi uma profissional respeitada, reconhecida pela competência e empatia com os munícipes.
A missa de corpo presente foi celebrada num ambiente de profunda consternação, com centenas de pessoas a acompanharem o cortejo fúnebre até ao cemitério local, onde o corpo da vereadora foi sepultado sob aplausos comovidos e pétalas brancas lançadas pelos presentes.
“Foi uma mulher que viveu para servir os outros — e partiu deixando uma marca indelével em todos nós”, disse um dos autarcas presentes.

Com a sua partida, Vagos perde uma das suas figuras mais queridas e respeitadas, e o país despede-se de uma mulher que, além da política, lutava pelos valores da justiça, da igualdade e da família.