A tragédia que abalou o país ganha agora novos contornos emocionais e controversos. A tia paterna do adolescente de 14 anos, que confessou ter morto a mãe, veio a público pela primeira vez para falar sobre o caso — e as suas declarações estão a dividir opiniões e incendiar as redes sociais.

Visivelmente emocionada, mas decidida a defender o sobrinho, a tia rompeu o silêncio numa entrevista exclusiva, afirmando que o rapaz “não é um monstro”, mas sim “uma vítima de uma relação cheia de conflitos e sofrimento”.
“As pessoas estão a julgá-lo sem saber a verdade. Ele cresceu a ver discussões, a ouvir gritos, a sentir medo… A Susana amava-o, sim, mas também o pressionava muito. Ele era um menino nervoso, inseguro. E ela… às vezes, sem querer, provocava-o com palavras duras. Um dia ele simplesmente… rebentou.”
As declarações causaram comoção e controvérsia imediata. Enquanto muitos elogiaram a coragem da tia em mostrar o lado humano do rapaz, outros criticaram duramente o tom de “justificação” para um ato tão cruel.

De acordo com fontes familiares, a relação entre Susana e o filho tinha se deteriorado profundamente nos últimos meses. A mulher, exausta e sozinha, tentava impor limites ao adolescente, que passava horas isolado no quarto, obcecado por videojogos e redes sociais. “Ela só queria ajudá-lo, mas ele via isso como castigo”, contou a tia.
“O meu sobrinho é um miúdo bom, mas com a cabeça cheia de coisas. Internet, violência, pressão. Ele precisava de ajuda há muito tempo, e ninguém fez nada. Agora é tarde demais…”, desabafou.
Segundo a tia, a família paterna alertou várias vezes para o comportamento instável do jovem, mas Susana recusava procurar ajuda especializada, acreditando que “ele apenas precisava de disciplina”. A mulher diz que o rapaz se sentia rejeitado e incompreendido, e que o crime foi “o ponto de rutura de anos de tensão”.
“Não estou a desculpar o que ele fez, porque é horrível. Mas também não podemos pintar a Susana como uma santa nem o meu sobrinho como um demónio. Eles estavam doentes — os dois. Um pela dor, outro pela raiva.”
A entrevista gerou reações intensas nas redes sociais. Muitos internautas expressaram empatia com o jovem, dizendo que “é preciso entender antes de condenar”. Outros, porém, afirmaram que nada justifica o assassinato da própria mãe, chamando as declarações de “ofensivas” e “insensíveis”.
Especialistas em psicologia familiar alertam que este tipo de caso mostra o colapso da comunicação dentro das famílias modernas, onde a solidão, a pressão digital e a falta de apoio psicológico podem culminar em tragédias irreversíveis.

A tia garantiu que vai continuar a visitar o sobrinho, que permanece internado numa unidade psiquiátrica, e que pretende lutar para que ele tenha acesso a tratamento e não seja esquecido pela sociedade.
“O que aconteceu destruiu duas vidas. Ele perdeu a mãe, e o resto da família perdeu a paz. Mas se o mundo o odiar, eu ainda estarei aqui. Sou tia, e não vou desistir dele.”